Crônicas

O momento certo

Ontem aconteceu o eclipse parcial da Lua. É um presente para quem observa o céu. No meu caso, um presente em dobro. Uma das coisas mais legais da Casa Alugada é que posso admirar o céu noturno do conforto da minha cama. Quando já estou deitada, consigo observar estrelas, planetas e a Lua, conforme sua trajetória. Dependendo da constituição do céu em determinadas noites, não consigo nem dormir. É lindo demais.

O registro do eclipse, que podemos ver logo acima, foi feito com a lente original da câmera, a minha velha companheira. Definitivamente, uma lente 55 mm não é apropriada para clicar a Lua, no sentido de captar texturas, mas era a que eu tinha à mão no momento. Configurei a minha querida ansiã para fazer o que estava ao seu alcance. Deixei na velocidade máxima oferecida e com o diafragma o mais fechado possível.

O mais importante era registrar o momento. Não apenas do eclipse, mas do momento que estou vivendo. E confesso que gostei do resultado. Uma linda esfera iluminada pelo Sol, um leve contraste entre o esbranquiçado e o acinzentado da superfície, com parte do seu volume coberto pela sombra do nosso planeta, mergulhada em uma imensidão escura.

E falando em momento, para quem aprecia o fato do universo funcionar de acordo com leis e padrões – para quem recorda das 7 leis da tradição hermética – e gosta de se aproximar dos ritmos naturais, indico dois livros:

O Momento Certo – O Uso do Calendário Lunar na Vida Diária, de Johanna Paungger e Thomas Poppe, editora Madras, 2003, originalmente publicado em Alemão no ano de 1991.

Pessoas que viveram muito antes de nós observaram com afinco os astros e compilaram toda essa movimentação, fazendo associações com fatos que se realizam aqui na Terra. Conhecimento importante para entendermos a razão de determinados processos e não errarmos na vida.

Mas como muitos outros conhecimentos, esse também foi deixado de lado e hoje a gente “bate cabeça” em relação a muitas questões. Isso é algo interessante sobre a nossa era. Já resolveram todos os nossos problemas no passado, com uma certa elegância, diga-se de passagem, mas a gente gosta mesmo é de reinventar a roda, que muitas vezes desenhamos quadrada, tão cheios de problemas novos que estamos.

O livro retoma esse conhecimento, o que faz da obra um presente que nos é dado. Tudo resgatado, explicado, mastigado.

É interessante essa nossa ligação com os movimentos celestes porque remete ao que as leis herméticas dizem: você não está sozinho. Quando olhamos para o céu, nos harmonizamos com a ideia de eternidade e de que não estamos sós sob nenhum aspecto. Somos uma amostra do universo. Tudo que acontece em uma escala imensurável, acontece em tamanho reduzido dentro de cada um de nós e isso nos aproxima do todo. Do todo, de todos, de tudo.

O segundo livro, Dicionário Lunar, é complementar ao primeiro. Também de 2003, de mesma autoria e editora, com publicação original em Alemão no ano 2000.

Um conhecimento que ajuda desde a tomada de decisões que irão repercutir em longo alcance na vida, passando por ações cotidianas, até o momento certo de cortar as flores no jardim para que durem por mais tempo no arranjo. Quem não gostaria de uma coisa dessas? Ter essas maravilhas só mais hoje, e só mais amanhã, e depois. E depois.

A agricultura sempre se beneficiou desse conhecimento ancestral. E poxa vida, estamos falando de alimento, do que vai nos manter por aqui pelo resto de nossas vidas. Os corpos celestes têm essa importância. Uma importância que cobre a da nossa saúde – já diria a agricultura biodinâmica.

E você, também gosta de observar o céu (quando não está bloqueado pela cortina de fumaça das queimadas)? Conta aqui nos comentários.

Fotos e texto de minha autoria, Juciéli Botton, para a Casa Baunilha.

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